ATA DA QUADRAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 17-12-2009.

 

Aos dezessete dias do mês de dezembro do ano de dois mil e nove, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas e trinta minutos, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Adeli Sell, Alceu Brasinha, Dr. Raul, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Antonio Dib, João Pancinha, Marcello Chiodo, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo, Toni Proença e Valter Nagelstein. Constatada a existência de quórum, o senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Airto Ferronato, Aldacir José Oliboni, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Nelcir Tessaro, Paulinho Ruben Berta, Pedro Ruas, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Toni Proença e Dr. Raul e a vereadora Maria Celeste. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pelo Governo, pronunciou-se o vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Valter Nagelstein. Na oportunidade, a vereadora Maria Celeste manifestou-se acerca do pronunciamento efetuado pelo vereador Valter Nagelstein, em Comunicação de Líder. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pela oposição, manifestou-se a vereadora Sofia Cavedon. Após, foi apregoada a Emenda nº 20, de autoria de diversos vereadores, ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08 (Processo nº 2086/08). Também, foram apregoados Requerimentos de autoria do vereador Valter Nagelstein, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando que o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 013/07 (Processo nº 9139/07) e o Projeto de Lei do Executivo nº 038/09 (Processo nº 5247/09) fossem incluídos na Ordem do Dia, nos termos do artigo 81 da Lei Orgânica do Município. Às dez horas e oito minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às dez horas e nove minutos, constatada a existência de quórum. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Ervino Besson. Na ocasião, o vereador Valter Nagelstein formulou Requerimento verbal, indeferido pelo senhor Presidente, solicitando ingresso imediato na Ordem do Dia. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Reginaldo Pujol e Alceu Brasinha. Em continuidade, a vereadora Maria Celeste manifestou-se acerca de Requerimento apresentado por Sua Excelência no dia de ontem, o qual solicitava a convocação do senhor Cristiano Roberto Tatsch, Secretário Municipal da Fazenda, para prestar informações a esta Casa. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Luiz Braz. Após, foram apregoadas a Subemenda nº 01, de autoria dos vereadores Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, e Toni Proença, à Emenda nº 20, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08, e a Emenda nº 05, de autoria dos vereadores Elias Vidal, Líder da Bancada do PPS, e do vereador Toni Proença, ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/09 (Processo nº 5806/09). Na ocasião, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Toni Proença, solicitando que a Emenda nº 05, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 047/09, fosse dispensada do envio à apreciação de Comissões Permanentes. Ainda, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, deferido pelo senhor Presidente, solicitando votação em destaque para as Emendas nos 01 e 02, apostas ao Substitutivo nº 01, e para as Emendas nos 01, 02, 03, 04, 05, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 18, apostas ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08. Também, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento de autoria do vereador Toni Proença, solicitando votação em destaque para a Emenda nº 20, aposta ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08. Às dez horas e quarenta e um minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos para a realização de reunião conjunta de Comissões Permanentes, sendo retomados às onze horas e quatro minutos, constatada a existência de quórum. Às onze horas e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às onze horas e seis minutos, constatada a existência de quórum. Após, foram apregoadas as Emendas nos 04 e 05, de autoria do vereador Valter Nagelstein, Líder do Governo, e 06, de autoria do vereador Haroldo de Souza, Líder da Bancada do PMDB, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 252/08 (Processo nº 6180/08). Ainda, foi apregoada a Emenda nº 01, de autoria da vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, e dos vereadores Engenheiro Comassetto e Toni Proença, ao Projeto de Lei do Legislativo nº 088/09 (Processo nº 2049/09). Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 088/09, e o Projeto original, após serem discutidos pelos vereadores Nelcir Tessaro, Engenheiro Comassetto, Bernardino Vendruscolo, Toni Proença e Reginaldo Pujol. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 028/09. Em Discussão Geral e Votação, foram aprovados a Emenda nº 01, aposta ao Projeto de Lei do Legislativo nº 154/09, e o Projeto original. A seguir, foi apregoada a Emenda nº 03, de autoria da vereadora Maria Celeste, Líder da Bancada do PT, do vereador Reginaldo Pujol, Líder da Bancada do DEM, e dos vereadores Aldacir José Oliboni, Engenheiro Comassetto, Sofia Cavedon e Toni Proença, ao Substitutivo nº 01, aposto ao Projeto de Lei do Executivo nº 018/08, e foi aprovado Requerimento de autoria da vereadora Maria Celeste, solicitando votação em destaque para a referida Emenda. Na ocasião, foram apregoados os seguintes Memorandos, deferidos pelo senhor Presidente, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: nos 134 e 139/09, de autoria do vereador Beto Moesch, respectivamente no dia de hoje, na inauguração do Laboratório de Classificação do Núcleo de Tecnologia Solar da Faculdade de Física e Apresentação dos Módulos Fotovoltaicos com Tecnologia Nacional, às dezesseis horas e trinta minutos, em Porto Alegre, e no dia de amanhã, no seminário “As diversas faces do PL 154 e a preservação da legislação ambiental gaúcha”, às nove horas, em Porto Alegre; nº 068/09, de autoria do vereador Aldacir José Oliboni, no dia de amanhã, no evento “100 anos da Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”, às dezenove horas, em Porto Alegre; nº 065/09, de autoria do vereador Pedro Ruas, no dia de amanhã, na Sessão Solene de posse no Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul dos Conselheiros João Osório Ferreira Martins, Cezar Miola e Algir Lorenzon, em Porto Alegre. Às onze horas e quarenta e três minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária de hoje, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Sebastião Melo e Adeli Sell e secretariados pelo vereador Nelcir Tessaro. Do que eu, Nelcir Tessaro, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após aprovada pela Mesa Diretora, nos termos do artigo 149, parágrafo único, do Regimento, será assinada pela maioria dos seus integrantes.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós, na semana passada, Ver. Reginaldo Pujol, acordamos que hoje, quinta-feira, votaríamos este Projeto. O acordo, realizado por todas as Bancadas e pela Liderança do Governo, Ver. Valter Nagelstein, é de que hoje votaríamos e enfrentaríamos a questão do Programa de Saúde da Família; há uma dificuldade a ser enfrentada, a ser transposta, que é a renovação dos contratos dos agentes comunitários de saúde, médicos, técnicos de enfermagem, odontólogos. E nós, por acordo de todas as Lideranças, combinamos que enfrentaríamos a matéria hoje.

Ontem, também por acordo das Lideranças de todas as Bancadas, construímos uma Emenda, com quatro parágrafos, com objetivo de transpormos essas dificuldades e votarmos o Projeto e assim resolvermos, definitivamente, o problema das contratações dos agentes comunitários de saúde, dos técnicos de enfermagem, dos enfermeiros, médicos, odontólogos e outros profissionais da Saúde. O Projeto enviado pelo Poder Executivo cria o Departamento de Saúde da Família - ou a Coordenação, conforme o Substitutivo proposto pela Bancada do PT - na Secretaria Municipal de Saúde.

Para que a gente pudesse enfrentar a transição entre o processo que temos hoje e a criação da Coordenação, construímos coletivamente a Emenda, que, com esses seus quatro parágrafos, tenta solucionar os impasses que vivemos: a contratação definitiva dos agentes selecionados até a promulgação da Emenda Constitucional nº 51, o que aconteceu em fevereiro de 2006; também a contratação dos agentes selecionados entre fevereiro de 2006 e a data de promulgação da lei que nós hoje vamos enfrentar e votar; também a contratação dos médicos, técnicos de enfermagem e odontólogos através de convênio, como sempre foi feita desde a implantação do Programa de Saúde da Família, que cumpre uma Estratégia de Saúde da Família do Governo Federal. A partir da promulgação desta lei, se votada e aprovada hoje, fica estabelecido que a contratação tanto dos agentes comunitários de saúde quanto dos profissionais de saúde - médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e odontólogos - só se dará por concurso público, constituindo assim um quadro definitivo, para que possa ser estabelecido o Programa de Saúde da Família, que é vinculado à Estratégia de Saúde da Família do Governo Federal. Aliás, o Governo Federal já acena com a possibilidade de enviar ao Congresso um projeto para transformar a Estratégia num projeto de lei. Temos hoje esta pauta, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, que podemos enfrentar e talvez, com esta Emenda coletiva, assinada por todos os Vereadores, tenhamos a possibilidade de resolver definitivamente e transpor essa dificuldade. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Dr. Raul está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DR. RAUL: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, todos que nos assistem, eu fiz questão de vir à tribuna, porque realmente hoje é um dia muito importante para quem lida com Saúde Pública nesta Cidade. Nós teremos, aqui na Câmara Municipal, uma oportunidade única talvez. Se não for única, pelo menos é uma oportunidade que vai marcar a história da Saúde Pública de Porto Alegre, no sentido de darmos um direcionamento, um marco regulatório para o futuro da expansão dos Programas de Saúde da Família nesta Cidade. É uma estratégia que vem sendo adotada nacionalmente, que vem avançando, que tem as suas dificuldades: todos nós sabemos que falta um marco regulatório nacional, o que dificulta a sua implantação em muitas prefeituras municipais, pois os prefeitos têm, inclusive, medo de ser apontados pelo Tribunal de Contas, de passar as suas contas e, depois, serem cobrados por isso.

Então, temos hoje um momento importantíssimo para fazer esse processo andar e se qualificar para essas pessoas que estão trabalhando na ponta, lá na vila, lá na comunidade, pessoas que estão em contato no dia a dia com aqueles que mais precisam, porque, queiramos ou não, estamos tratando de um assunto que a grande maioria das pessoas, da classe média para cima, acaba não usufruindo, que é, em parte, o Sistema Único de Saúde. Grande parte da classe média utiliza planos de saúde privados, nós temos, inclusive, pessoas com dois, três planos de saúde privados. E, quando aquele que mais precisa do atendimento vai à Unidade de Saúde, ele tem essas dificuldades que todos nós conhecemos. Sabemos que a cobertura dos Programas de Saúde da Família em Porto Alegre beira os 30%, ou seja, precisaríamos de mais 70% para que todas as áreas tivessem um tratamento adequado, algo de que a nossa Saúde Pública, de que a nossa atenção básica realmente necessita.

Estamos colocando este processo aqui em votação muito em função da pressão dos agentes comunitários, de toda a categoria, mas muito também em função de que o Governo, realmente, quer se responsabilizar de uma maneira mais forte e mais permanente por esse processo. Para isso também tivemos a parceria importante do Presidente da Casa, o nosso Ver. Sebastião Melo, que se prontificou a colocar isso para o Plenário. E, aqui no Plenário, as coisas que são bem conversadas têm uma tendência a se resolverem de uma maneira adequada. Então, acredito que hoje temos em relação à Emenda, que está sendo proposta creio que por todos os Vereadores, unanimidade nesta Casa. A ideia é de regularmos e aprovarmos este Projeto, que vai dar uma cara ao Programa de Saúde da Família de Porto Alegre, que vai criar um departamento, que vai criar os devidos fóruns dentro desse departamento, para que as coisas tenham um organograma, tenham uma hierarquia e realmente aconteçam, de maneira que a Cidade reconheça toda a importância do Programa.

Então, temos aqui a oportunidade de auxiliar mais de 1,5 milhão de cidadãos e cidadãs de Porto Alegre, e isso vai proporcionar uma firmeza por parte da gestão, para que haja um direcionamento da estratégia de Saúde Pública. Hoje temos, sob o bastão da Prefeitura Municipal, vamos dizer assim, dois hospitais - o Presidente Vargas e o HPS -, quatro postos 24 horas um pouco maiores e em torno de 40 UBSs, que são as Unidades Básicas de Saúde. Muitas delas, uma vez aprovado este critério do Programa de Saúde da Família, poderão vir a se expandir, mudando a estratégia de atendimento na Cidade, porque hoje temos uma estratégia mista: alguns através das Unidades Básicas de Saúde e outros através dos Programas de Saúde da Família. Nós temos que pensar muito bem e tentar compor, para que o Governo não fique embretado nessa situação; que ele consiga, futuramente, independente de quem estiver à frente do Poder Público Municipal, ter a tranquilidade de avançar e de fazer com que tenhamos, daqui a três anos, em torno de duzentos Programas de Saúde da Família em Porto Alegre. Hoje estamos com a metade disso, e o nosso compromisso é de tentar chegar, no mínimo, lá. O momento é muito importante, e quero dizer a todos - provavelmente, à tarde, este Plenário estará lotado - que vamos dar a nossa contribuição, assim como todos os Vereadores, para o avanço de uma Saúde de qualidade em Porto Alegre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): A Verª Maria Celeste está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, nesta semana, a Bancada de oposição - composta pelo PT, PSOL e, nesta questão, também pelo PSB - iniciou a coleta de assinaturas para instalação de uma CPI aqui na Câmara Municipal para tratar de um favorecimento nas indicações, de um favorecimento no edital do Programa Integrado Socioambiental, Pisa-DMAE, um dos projetos mais importantes da cidade de Porto Alegre. Por que iniciamos e tivemos, Ver. Pujol, essa disposição, mesmo sabendo que a Câmara Municipal está num ritmo acelerado de votação de projetos importantes? E estamos praticamente chegando ao excesso, mas entendemos que a Câmara Municipal de Porto Alegre não pode e não deve se omitir diante das notícias veiculadas pela imprensa, fortemente, colocando indícios graves, sérios em relação à questão do Programa Integrado Socioambiental na cidade de Porto Alegre.

Nós tomamos essa decisão e vamos continuar trabalhando para que, pelo menos, consigamos mais duas assinaturas; com certeza, até o final do mês, teremos a possibilidade de ampliar para doze os proponentes desta Comissão Parlamentar de Inquérito. Só através desse instrumento é que poderemos ter, de fato, acesso a todos os áudios que estão sob a responsabilidade da CPI da Assembleia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul. Nós ficamos estarrecidos diante dos seis áudios veiculados pelo jornalista André Machado no blog ClicRBS, áudios que demonstraram uma relação muito íntima do Secretário Cristiano Tatsch. E o Secretário, ontem à tarde, circulava aqui pelo nosso Plenário; ele poderia ter feito como o Diretor Flávio Presser, que compareceu, espontaneamente, a esta Casa, para dar explicações sobre o Programa Integrado Socioambiental. Ontem esperávamos que o Secretário estivesse aqui para isso, mas não, apenas circulou pelo nosso Plenário! Seria importante que o Secretário, envolvido nas gravações divulgadas pela imprensa, viesse a esta Casa, nesse momento, também explicar a sua versão dos fatos, porque o que ele colocou na imprensa diz somente que ele recebe os empresários como qualquer outro agente público.

Na realidade, as gravações que foram divulgadas mostram muito mais do que uma relação de cortesia ou institucional de um Secretário com empresários da Cidade; mostra, claramente - claramente! - a relação promíscua e de interesse particular do Secretário com os empreiteiros na elaboração dos editais, com combinações de reuniões, em que são tratados os temas pertinentes ao projeto, como valores, indicação de nomes. Inclusive, o nome apontado numa das gravações foi o do Coordenador do Programa Socioambiental na época e houve a indicação de uma outra Secretaria, de um Secretário Adjunto, para compor essa comissão, em que seriam discutidos e apontados os valores. O favorecimento está claramente demonstrado através dessas gravações. Solicito a todos os meus colegas Vereadores que acessem o blog do jornalista André Machado e escutem os seis áudios ali veiculados, porque, de fato, há uma diferença entre a transcrição e o que está sendo verbalizado; ouvindo-se os áudios, percebe-se ali uma relação muito íntima, muito próxima e com interesses claros envolvendo o Secretário da Fazenda do Município de Porto Alegre, os agentes do Município e os empresários, buscando um favorecimento na questão da configuração do edital e da contratação das empresas que ali estavam disputando, naquele momento, a concorrência do projeto.

Portanto, vamos continuar trabalhando nesta Casa, Ver. Haroldo de Souza, buscando diálogo junto aos Vereadores e às Vereadoras desta Casa, dizendo da importância da constituição de uma CPI, porque só através de uma Comissão Parlamentar de Inquérito é que teremos acesso a todo o processo, que corre em sigilo de Justiça. O Desembargador responsável pelo caso só poderá disponibilizar áudios e informações sobre o processo se, efetivamente, esta Casa tiver a coragem de implantar uma Comissão Parlamentar de Inquérito, que é o órgão competente para, de fato, verificar se as denúncias são verdadeiras ou não. Quem não deve não teme, e vou repetir o que eu já disse em relação à CPI da Saúde: o Prefeito deveria ser o primeiro a dizer que os Vereadores da sua base deveriam investigar, para que se dirimissem todas as dúvidas, especialmente quando se têm Secretários envolvidos em denúncias tão sérias como essas. Obrigada, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, fico impressionado com a minha querida colega e amiga Verª Maria Celeste dando aula para a Bancada de apoio do Governo de como se deve proceder num caso que ela imagina ser de atribuição da situação e da oposição na Casa do Povo de Porto Alegre. Nós não podemos virar Polícia nem Ministério Público; nós não podemos fazer o que fez a Assembleia Legislativa com as informações, que estão nos jornais e que foram trazidas da Polícia Federal e do Ministério Público. Acho que não nos compete o papel de Polícia.

Eu não pedi CPI, por exemplo, quando entrei na Justiça com o fato comprovado, documentado, que está servindo hoje para o Ministério Público continuar a ação que eu iniciei. Naquela oportunidade, reagi várias vezes no Plenário contra as cartas-contrato que a Administração petista fazia até para juiz de futebol - até para juiz de futebol! -, e eu reclamei várias vezes. Quando vi que não adiantavam reclamações, entrei na Justiça, e por ela o Prefeito foi condenado a oito meses e dez dias de cadeia. E não foi condenado com elogio à sua pessoa, o Juiz falava que ele tinha antecedentes. E eu, quando fui prestar meu testemunho na Justiça, olhei para o Prefeito e pensei: “Não posso triturá-lo, porque acho que ele é uma boa pessoa” - e continuo achando. Mas parece que o Ministério Público não acha a mesma coisa. Agora, havia provas contundentes, não apenas o blog do jornalista tal, notícia que deveria correr em segredo de Justiça e que, de repente, a Deputada traz a público, o PT traz a público, quer dizer, eu não entendo dessas coisas.

Então, não preciso de lição para participar ou não de CPI. Se houver um fato concreto, e não aquele de conhecimento público trazido pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, mais especificamente pela Deputada Stela Farias, eu acho que não é o que vai fazer eu me movimentar. Porque não tenho nada para duvidar do Prefeito José Fogaça, não tenho nada para duvidar da sua Administração; já o vi tomar medidas enérgicas, acho que ele vai continuar fazendo assim. Mas o que se pretende é atingir, como pretenderam atingir a Governadora, e parece-me que não conseguiram. Agora, então, querem atingir o Prefeito de Porto Alegre, que não merece isso, sinceramente. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Valter Nagelstein está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, a primeira notícia que eu quero dar e que deixa em pânico a extrema esquerda - não falo da esquerda, falo da extrema esquerda, porque de esquerda também temos as nossas vertentes aqui; extrema esquerda, Verª Sofia Cavedon, como Trotsky e por aí! - é que a Prefeitura Municipal assinou ontem convênio com as entidades organizadoras do Fórum Social Mundial, entidades que vão garantir os recursos e a infraestrutura para realização do Fórum. Essas questões é que tocam fundo, na medula da extrema esquerda, que a deixa em pânico, porque o Prefeito José Fogaça não tem nada. O Prefeito José Fogaça é um homem de conduta ilibada, de imagem pública reconhecida, notória. E agora, estranhamente, Ver. Reginaldo Pujol, quando o Prefeito José Fogaça, compelido pelas circunstâncias, assume a sua pré-candidatura ao Governo do Estado, imediatamente contra ele se dirigem as baterias, a artilharia, o foguetório, todo o arsenal de que a extrema esquerda pode dispor, para tentar o quê? É óbvio, é claro, é cristalino, até a criança no pré-primário, Ver. João Dib, vê quais são as intenções. A intenção é tentar infligir, imputar alguma culpa, alguma responsabilidade, alguma mácula a essa imagem absolutamente ilibada que o Prefeito tem. E não vão conseguir.

Quero dizer que ouvi todas essas tais gravações! O que me dá mais alento, Ver. João Dib - e para mim é definitivo, é insuperável, é invencível este argumento -, é que as pessoas não têm relação alguma com a Prefeitura: são dois empresários, e um estava sendo gravado por força de uma outra operação que não tem nada a ver com Porto Alegre. Esse cidadão, Ver. Ervino, não ganhou licitação conosco, assim como nenhum que estava conversando com ele! Nenhuma licitação! Então, qualquer acerto, qualquer negociação, “qualquer trampo” que tenham tentado fazer não tem nada a ver conosco. Agora, Ver. Adeli Sell, Presidente recém-eleito do Partido dos Trabalhadores em Porto Alegre, eu acho - e a nós interessa, sim, o esclarecimento profundo de todas as questões - que, se quisermos investigar alguma coisa, precisamos investigar a contratação do Conduto Álvaro Chaves; contratação feita pelo Governo do Partido dos Trabalhadores. E as informações de que disponho são muito, mas muito, muito mesmo, Ver. Tarciso Flecha Negra, muito mais graves do que qualquer leviana suspeição que se ponha contra a nossa Administração! A Administração do PT, sim, no apagar das luzes, fez um contrato com lesão ao erário, com interesses excusos que até hoje não apareceram, com aditamentos de contratos, com valores astronômicos, com sindicância aberta na Prefeitura e com Secretários do Partido dos Trabalhadores intimados, convocados - seja qual é a figura jurídica no caso - a virem prestar esclarecimentos, mas até hoje estão homiziados, não apareceram para prestar os esclarecimentos.

Antes de se exigir - eu já disse isto mil vezes aqui na tribuna desta Casa - de A, B, C, do outro uma conduta, olhemos para dentro das nossas casas, Ver. Mauro Pinheiro, e exijamos esse comportamento dos nossos! Há um ex-Secretário do PT que até hoje se esconde e não aparece para prestar os esclarecimentos! Até hoje! Então, nós temos todo o interesse! Agora, para mim, o que fica de insuperável, de intransponível nesses argumentos levianos é que, das hipotéticas combinações, nenhuma delas deu certo, porque não temos um contrato sequer assinado com essas pessoas, diferentemente, volto a dizer, do Partido dos Trabalhadores! Este, sim, teve contratos com a Mac Engenharia; este, sim, tinha uma relação uterina, intestinal, íntima, com esses empresários. Talvez, seja a razão das campanhas ricas que o Partido dos Trabalhadores já patrocinou em Porto Alegre a alguns dos seus Vereadores, inclusive com assento aqui na Câmara até hoje! Talvez!

Então, se nós vamos investigar, vamos começar, primeiro, por essa investigação. Vamos pedir a sindicância que está lá na Prefeitura e saber o que aconteceu. Porque nós não podemos, por uma leviandade, colocar na berlinda ou na vitrine da exposição pública a imagem e a dignidade de pessoas absolutamente sérias, corretas e reconhecidas na realidade do Rio Grande do Sul. Ver. Haroldo de Souza, é inaceitável esse tipo de atitude, essas iniciativas, e nós vamos, da forma mais veemente, com todo respeito, Verª Maria Celeste, repudiar essas tentativas, porque elas não podem, sob hipótese alguma, prosperar no nosso Legislativo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, o Ver. Valter Nagelstein fez menção à sindicância do Conduto Álvaro Chaves, não é? O senhor estava falando sobre a sindicância? Nós também queremos ter acesso ao conteúdo dessa sindicância. Seria importante que a gente fizesse um requerimento coletivo, Ver. Valter Nagelstein, para que a Câmara Municipal pudesse ter acesso a todo o conteúdo, ao teor e ao resultado dessa sindicância instalada com relação ao Conduto Álvaro Chaves. Nós temos o maior interesse em também tomar conhecimento desse material, desse conteúdo.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Vereadora, se V. Exª fizer um requerimento formal sobre a matéria eu coloco em votação.

A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, os fatos falam por si, e a Câmara de Vereadores tem que deixar de funcionar só como oposição e situação e assumir a sua responsabilidade, porque a sociedade vai nos cobrar e, mais, porque podemos impedir que o dinheiro seja desviado, dinheiro dos cofres públicos.

O Sr. Valter Nagelstein tem que saber que não tememos investigação acerca do Conduto Forçado Álvaro Chaves; ao contrário, queremos conhecer as razões da mudança e do aditamento acima do legal que o Governo Fogaça fez no Conduto Forçado. Foram 17 milhões a mais, impagáveis! Queremos ter conhecimento da sindicância realizada, porque, numa das gravações entre os representantes da empresa que marcaram reunião com o Sr. Cristiano Roberto Tatsch, eles dizem: “Precisamos organizar para não acontecer o que aconteceu no Conduto Forçado Álvaro Chaves”. Ou seja, o problema vem de antes! Mas eu acho estranho, Líder do Governo, porque essas conversas se dão exatamente no mesmo período, aliás um pouquinho antes do dia 25 de março, quando, no Diário Oficial, é reafirmada a concorrência nº 00308006608.9, em que se divulga a pré-qualificação das empresas para a execução das obras do Pisa. No dia seguinte, lá no finzinho da folha, a mesma concorrência é suspensa, em março. Suspensa! É estranho! O Sr. Omar Aquiles Cafruni, funcionário, afirma num dia e, no outro, suspende a concorrência.

Os fatos falam por si. As pessoas falam por si. O Secretário fala por si. Os dois empresários dizem um para o outro (Lê.): “É hoje que vocês têm reunião lá com o tio?”, “É agora às dez, até nem me lembro qual é o assunto, cara!”, “Eu tava tão corrido [...]”, “Não, escuta o seguinte: a questão da... Nós achamos que não ficou claro o combinado com o lado de lá, certo? Era 1,25 para o PM, tá?”, “Sei, aham!” O Odilon diz (Lê.): “E daí é que deu aquele estresse, porque tem empresa que tá ofertando outras coisas?”, “Tá”, “[...] Alguém tem que capitanear o processo, né?”, “[...] e principalmente dizer quem tá, quem são os envolvidos, né?”. E por aí segue. Depois: “Tu tens certeza de que o cara do Departamento sabe tudo, o Presser?” Eu acho que até injustamente quem veio dar explicação foi o Presser, porque ele diz (Lê): “Segura o cara lá, tá tudo andando. Agora o programa atrasou, fazer o quê?”, “Chama o cara, e tá tudo certo. Tem que levar esses aqui, é isso aí, né?” Esses aqui é o quê? Será que esses aqui é dinheiro? Continuo (Lê.): “É isso aí, bem certinho.”

Vamos adiante em outra conversa. Essas foram as cinco que vazaram na imprensa. Outra conversa, em que acertada a reunião, o Camino explica, depois da reunião, como é que ficou a composição da comissão para a qualificação. E diz lá que o Virgílio, adjunto do Clóvis Magalhães, vai coordenar o Oswaldo e o Deoclécio, de um lado; o Gordo e mais um, do outro lado. Depois surge uma polêmica sobre se é o Virgílio ou o Noronha. O Sr. Cristiano Tatsch negocia com o empresário se vai ser o Virgílio ou se vai ser o Noronha quem vai coordenar a qualificação.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Negocia no telefone. Eu lhe digo o quê: negocia os valores.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Depois da pré-qualificação. Os valores, Haroldo de Souza, os valores!

 

(Aparte antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: O Socioambiental custava 380 milhões e passou para quinhentos e poucos milhões. São poucas as evidências, poucas! Depois da pré-qualificação divulgada, os empresários se divertem...

 

(Aparte antirregimental do Ver. Haroldo de Souza.)

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, V. Exª pode me garantir a palavra? (Pausa.) Os empresários se divertem conversando um com o outro (Lê.): “Isso se chama trabalho. (Risos.)”. Aí diz que tem outra empresa se queixando. E segue citando um tal de “sebinho”; um dos grandes, segundo eles dizem. Aí debocham, perguntando por que não o chamaram. Responde o Camino: “[...] não sei, eu já tinha um compromisso anterior...no Governo do Estado...da Prefeitura”. E quá-quá-quá! Ou seja, alguns ficaram fora não por uma licitação pública, republicana! Alguns ficaram fora por ajuste de um grupo de empresários com o Secretário Cristiano Tatsch! Isso está claro aqui, e a Câmara, se não investigar, é omissa e conivente!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo a Emenda n° 20, de autoria da quase totalidade dos Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras da Câmara Municipal, ao PLE n° 018/08.

Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein para que seja incluído na Ordem do Dia, por força do art. nº 81, o PLE nº 38/09.

Apregoo Requerimento de autoria do Ver. Valter Nagelstein para que seja incluído na Ordem do Dia, por força do art. nº 81, o PLCE nº 013/07.

Concedo a palavra...

 

(Tumulto no Plenário.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h08min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 10h09min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Ervino Besson está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias, pela Rádio Web e pelo Canal 16 da TVCâmara, eu queria saudar todos.

Verª Sofia Cavedon, nós estamos próximos ao encerramento do ano 2009, e eu tenho dificuldades de entender algumas colocações dos colegas Vereadores, principalmente os do Partido de oposição aqui nesta tribuna. Querem atingir o trabalho honesto, competente do atual Prefeito desta Cidade, José Fogaça, que teve o seu trabalho reconhecido quando foi reeleito para o segundo mandato pela população de Porto Alegre. Essas dúvidas que estão sendo levantadas, dúvidas, muitas inverdades... Eu gostaria de aqui lembrar algo aos colegas Vereadores e aos que nos assistem pela TVCâmara: a Deputada Stela Farias, que criou a CPI da Corrupção, não tinha credibilidade para criar uma CPI, porque está com os seus bens indisponíveis, porque a administração... Ela tem muito para explicar à Justiça. Então eu pergunto: qual é a credibilidade que a Deputada Stela Farias tem para criar uma CPI, se ela está sendo investigada pela Polícia? Então a população tem que observar esses fatos que estão acontecendo. O que está acontecendo hoje? Tentam atingir uma pessoa digna, uma pessoa com todo um trabalho, não há como colocar qualquer dúvida em relação ao nosso atual Prefeito Fogaça, com a sua Administração.

Só para lembrar aos colegas Vereadores: nós não podemos esquecer o passado, Ver. Valter. Quando o Darci Campani foi Diretor do DMLU, até hoje - até hoje! - há muitas dúvidas sobre a sua Administração. Foi nosso colega aqui o Ver. Darci Campani; foi condenado pela Justiça, um processo judicial; ele foi condenado a pagar milhões aí - não sei como é que ficou essa situação. Ele foi condenado! Então, só para lembrarmos esse fato. E foi comprovado pela Justiça, porque ele foi condenado. E o Clube da Cidadania do Diógenes? Como é que ficou o Clube da Cidadania, que envolveu um monte de dinheiro, e a Justiça condenou? Então, temos que lembrar desses fatos, a população precisa saber desses fatos, porque levantam aqui dúvidas e problemas, acusações contra o atual Prefeito, José Fogaça. Essas empresas... Estão tentando criar uma imagem distorcida, uma imagem inverídica do atual Prefeito José Fogaça.

 

(Aparte antirregimental.)

 

O SR. ERVINO BESSON: Participou, decerto, dessa licitação e de tantas outras, mas nunca ganhou uma licitação. Por quê? Por que nunca ganhou nenhuma licitação? Então, que alguém venha aqui à tribuna e explique por quê. Agora, por terem perdido todas as licitações, talvez eles queiram, assim, arranjar um caminho... Sei lá aonde eles querem chegar. Mas eu acho que esse tipo de procedimento, como a Deputada Stela Farias está criando, eu tenho dificuldade de entender. Porque ela não tem essa lisura toda, não tem essa credibilidade toda, porque ela tem algo a explicar para a Justiça e foi condenada! Está sendo condenada, porque os seus bens estão indisponíveis. Algo está errado!

Portanto, meus colegas Vereadores e Vereadoras, não vamos tentar criar um problema, criar dúvidas a respeito da Administração atual da Prefeitura Municipal de Porto Alegre. O Prefeito Fogaça procede com lisura, com transparência. Não podemos, num momento como este, tentar levantar algumas suspeitas inverídicas. Isso não cabe a um Parlamento, nós temos projetos de muito mais responsabilidade com esta Cidade, para estar aqui criando ou levantando esses problemas. Porto Alegre quer outras coisas mais de nós, Vereadores e Vereadoras, não devemos levantar esses assuntos, porque a Cidade não quer. Se existe algo, então que seja apurado, mas acho que o caminho que está sendo levantado pela oposição não é aquele, sinceramente, com todo o respeito, que a população espera dos Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. VALTER NAGELSTEIN (Requerimento): Sr. Presidente, já são 10h20min, e, até agora, não conseguimos entrar na Ordem do Dia, ou seja, fazer aquilo que era o nosso propósito hoje pela manhã. Então, quero fazer um apelo e um requerimento logo em seguida. Apelo no sentido de que as Lideranças partidárias, por favor, não ocupem mais o tempo de Liderança e que possamos, imediatamente, entrar na Ordem do Dia. De imediato, faço um Requerimento, porque estamos entrando numa provocação que não nos interessa. Vamos votar imediatamente o Requerimento que foi feito ontem: uma convocação ao Secretário Cristiano Tatsch, para ele vir a esta Câmara e acabar com essa questão, porque essa é uma manobra diversionista que está nos tirando o foco daquilo que é importante. E a Câmara vem muito bem, Ver. Reginaldo Pujol: nós tínhamos aqui quarenta Projetos para votar no mês de dezembro, sendo que, desses, já votamos mais de vinte, de interesse da Cidade, e é assim que temos que continuar: olhando para aquilo que, de fato, interessa a Porto Alegre, o que é substantivo. Então, requeiro, Sr. Presidente, que imediatamente entremos na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Como V. Exª e outros Líderes utilizaram a Comunicação de Líder, então estará assegurado a todos os demais Líderes esse tempo.

O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, meu caro e querido Ver. Valter Nagelstein, peço perdão a V. Exª por não atender ao seu apelo, mas acontece que estou aqui desde as 9h30min, tenho os mesmos propósitos de V. Exª, mas ouvi uma série de situações aqui, Ver. Dib, que me impõe vir à tribuna. Eu me queixava, no início da manhã, que votaremos na segunda-feira o Projeto do Cais do Porto e eu não tive oportunidade ainda de esmiuçá-lo da forma que quero e devo fazer como Vereador responsável. Porque, como disse bem o Líder do Governo, existiam quarenta Projetos de interesse do Governo e outros cinquenta de interesse dos Vereadores, e a Casa aqui tem votado, nesses dias, mais de vinte Projetos por dia, em uma demonstração do lado da eficiência e que, de certa maneira, pode até criar algum tipo de preocupação, porque a pressa nunca foi boa conselheira, a pressa sempre foi inimiga da perfeição.

De qualquer sorte, acho que, na discussão que se estabeleceu hoje, eu tenho, perdoem-me a pretensão, autoridade moral para falar a respeito desse assunto. Há cerca de três anos, Verª Maria Celeste, eu era Deputado Estadual, e quis se fazer, na Assembleia Legislativa, uma CPI para requentar o problema do “mensalão” federal aqui no Rio Grande do Sul. Achei que aquilo fosse um palanque. E, correndo o risco inclusive de uma decisão interna partidária muito pesada, que inclusive punha em xeque a minha própria liderança na Assembleia, juntamente aos meus colegas, não demos o número necessário para que pudesse aquela CPI se instalar. Aqui nesta Casa, há alguns anos, estimulado pela imprensa, criou-se, em um ato inconsequente - provadamente inconsequente, posteriormente -, a chamada CPI do Carnaval. Então se queria fazer rolar cabeças em função daquilo na época. Fui integrante da CPI e contribuí para que ela tivesse um final, em que ficou claro que não existiam aquelas situações de imoralidade administrativas noticiadas pela imprensa.

Agora, nós estamos vivendo a mesma situação, e eu quero dizer a todos que, para mim, em política, nada é dogmático, Ver. Braz. Eu não tenho posição nem permanentemente a favor das CPIs, nem permanentemente contra as CPIs. Acho que elas têm que se estabelecer no contexto em que podem surgir. No momento, não há como, Vereador-Presidente, termos outra interpretação, porque qualquer gesto no sentido de constituição de CPI, com base em fragmentos que surgem aqui e acolá, tem, Verª Sofia - com todo o respeito eu digo a V. Exª -, o condão político, já que está deflagrado o processo sucessório estadual, e sequer, através dessas propostas, se pode chegar, de alguma forma, à figura intocável do Prefeito José Fogaça de Medeiros. Eu quero dizer, com toda a honestidade, que, convivendo e conhecendo esse cidadão de larga data, lhe nego alguns atributos, mas jamais, em momento algum, Ver. Haroldo, eu poria em dúvida a sua honestidade pessoal.

Nesses episódios todos, é muito barulho para pouca lata. É muito barulho para pouca lata! Aliás, nós vimos tendo uma acusação que se desdobra numa segunda, e elas estão sendo eliminadas. Inicialmente, o grande escândalo era de que o DMAE estaria colocando tubos importados na área subaquática do emissário; demonstrou-se que não existia isso. Segundo, que tinha superfaturamento; demonstrou-se que é o contrário. As licitações ensejaram um preço menor do que aquele que inicialmente havia sido previsto. E aí vai levando. Agora, vem com uma gravação de uma conversa entre empresários, empresários, diga-se de passagem, que não tiveram, durante o Governo Fogaça, durante todo esse tempo, nenhum contrato com a Prefeitura, mas coincidentemente contrataram com o Governo anterior nos dois últimos dias da Administração, e a Administração tinha esse direito. Mas dizerem aqui que eles foram favorecidos! Mas que favorecimento é esse? Não ganharam nenhum contrato, portanto não houve favorecimento.

Então, Presidente, acho que o jogo político nos oferece essas discussões. A tentativa das oposições é respeitar o seu ponto de vista estratégico. Agora, dêem-nos o direito de protestar e de não dar cobertura para essa tentativa. O jogo começou, cada um joga o seu jogo. Eu vou jogar o jogo de defender a honra do Prefeito Fogaça, incorruptível, às vezes até zeloso demais com a coisa pública, chegando até a deixar de tomar algumas atitudes. Mas, quanto à honestidade, não vão atingir esse cidadão, que, agora, vocês estão transformando em meu candidato a Governo do Estado, porque, quando a injustiça se estabelece, a revolta é uma consequência. Eu quero dizer que, nesse particular, eu sou um homem sereno, mas também vou me revoltar. Eu quero discutir moralidade administrativa, e ninguém tem melhor credencial nesse particular do que o Prefeito desta Cidade, José Alberto Fogaça de Medeiros.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Alceu Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Ver. Nelcir Tessaro, futuro Presidente, parabéns! Senhores e senhoras, eu fico vendo, Ver. Tarciso, como é fácil jogar as coisas no ventilador. Isso é fácil! Será que as pessoas não lembram do passado? Será que esse homem, que joga, faz e acontece... Falam de um homem competente, talentoso e sério, Ver. Haroldo. Tenho certeza absoluta de que isso já foi esclarecido. Vocês tiveram todas as oportunidades aquele dia, tiraram várias informações com o Secretário Presser e, agora, voltam à tona novamente, pedindo a CPI. É difícil, é quase impossível acreditar, porque eu, Ver. Nelcir Tessaro, tenho certeza absoluta do trabalho honesto e digno que o Prefeito Fogaça faz.

Mas as falas da oposição pedem. Quando não têm um jeito de atacar, eles atacam do outro lado. Eu acho que existe, na oposição, uma combinação: “Vai pela direita, que eu ataco pela esquerda”. É tipo, Ver. Tarciso, aquele negócio do nosso time quando jogava bem, e eles têm um time estratégico para atacar: “Quem vai hoje para a tribuna atacar o Secretário Cristiano? Quem vai amanhã para atacar o Prefeito Fogaça?” Enfim, eu acho que essa estratégica já caiu. Não existe nada, Ver. Luiz Braz, qualquer um de nós aqui tem certeza absoluta de que não há nada, e eles continuam batendo. Por quê? Porque o Prefeito Fogaça tem um bom trabalho, tem feito muito pela Cidade. E aí falam que querem defender o Prefeito Fogaça, defender atingindo a Administração, que não tem nada a ver?

Agora eu quero mudar de fala. Quero falar também dos pequenos; dos pequenos, Ver. Dib! Daqueles que proporcionam o crescimento da Cidade, daqueles que fazem pelo seu bairro, pela sua rua e pelo conjunto da Cidade. Mas os grandões estão soltos por aí: Carrefour, Walmart, cada vez crescendo mais. Eu gostaria de saber, quando eles proporcionam para a Cidade aqueles empreendimentos que fazem, se eles já fizeram um cálculo para saber quantas pequenas empresas quebraram no bairro em que eles se instalaram, em que eles começam a habitar, em que eles começaram a comandar. Quero saber se eles têm a soma daquele cidadão que perdeu o emprego, daquela cidadã que perdeu o emprego. Eu gostaria de fazer uma pergunta a respeito dos proprietários, que não moram aqui, com certeza, do Carrefour e do Grupo Walmart: será que eles têm noção do mal que fazem, porque eles implantam uma verdadeira discórdia, um verdadeiro combate àqueles pequenos que tanto sofrem. E como é difícil ser um pequeno nesta Cidade, neste Brasil, Verª Maria Celeste! É quase impossível sobreviver.

Ontem, nós tivemos a grandeza de aprovar um Projeto aqui, dando redução de imposto. Isso, sim, é louvável, ajudar o setor gráfico, que também proporciona muitos empregos. E mais ainda: eu acho, Vereador, que deveria haver um consenso sobre quem é que mais dá emprego. Ver. Luiz Braz, se pegarmos as pequenas e médias empresas, pode ter certeza de que dão muito mais empregos do que o Carrefour ou o Grupo Walmart. Tenho certeza absoluta disso! Para concluir, Sr. Presidente, quero dizer que o Carrefour faz mal para Porto Alegre, faz mal para o Rio Grande, faz mal para o Brasil e faz mal para o mundo! O mundo está revoltado com eles.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, gostaríamos de retirar o Requerimento que encaminhamos, ontem à tarde, a respeito da convocação do Secretário Cristiano Tatsch. Nós estávamos apenas nos embasando no que diz a Lei Orgânica do Município. E, de uma forma mais apurada, agora eu estou reencaminhando um Requerimento que tem como base e fundamentação não só a Lei Orgânica, mas também o Regimento desta Casa. Portanto, eu gostaria de retirar o Requerimento anterior e apresentar agora o Requerimento, corretamente, para o comparecimento do Secretário Cristiano Tatsch.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Então, V. Exª retirou o Requerimento anterior e está encaminhando um novo Requerimento. Depois eu darei conhecimento ao Plenário sobre o teor do Requerimento.

O Ver. Luiz Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Sebastião Melo; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhoras e senhores, eu quero saudar a presença do meu amigo Eduardo Ferreira, da Sinergy, que é responsável por aquela beleza na orla do Guaíba. Ele desenvolveu aquele projeto para que pudéssemos ter a orla do Guaíba melhorada.

Sr. Presidente, eu ouvi aqui os discursos relacionados ao Projeto Pisa. Acredito que ou os Vereadores que aqui estão não ouviram o que o Secretário Presser falou, inclusive ficando à disposição de todos os Vereadores, para que fizessem perguntas, ou existe uma má intenção. Os Vereadores perguntaram tudo que queriam para o Presser, e eu lembro que ele, dando respostas a este Plenário, fez com que todos compreendessem que o valor do Projeto Pisa ficava aquém daquilo que a Caixa Econômica Federal e o outro financiador tinham como balizador do Projeto. E não vi ninguém questionar, todos ficaram absolutamente quietos. Ora, se os valores não foram contestados no dia em que o Presser estava aqui, se o diálogo a que se referiu a Verª Sofia aqui da tribuna foi um diálogo que colocava uma empresa que nem mesmo ganhou a licitação, então algo está errado, porque, se alguma empresa fosse beneficiada, através de um diálogo telefônico, que induzia as pessoas a pensarem que havia corrupção, então, com certeza, aquela empresa, Ver. Toni Proença, deveria ter ganho a licitação. E, se não ganhou, algo está errado.

Eu acho que esta Câmara não pode ficar debruçada sobre uma CPI de alguma coisa que não existiu, de um prejuízo que não houve, de uma empresa que poderia ganhar, quem sabe, uma licitação, mas não ganhou; de um diálogo que nem sabe se houve ou não. Acredito que os Vereadores da oposição estão assustados com a possibilidade de o Prefeito Fogaça disputar as eleições no ano que vem, de acordo com o que está sendo anunciado, e ganhar essas eleições, porque os índices do Prefeito Fogaça, pelo menos aqueles que aparecem nas pesquisas, são índices excelentes, e todos sabem da honestidade do Prefeito Fogaça, que é inatacável. Ele não é meu candidato, tenho uma candidata, a do meu Partido, que vou apoiar e que o Partido de V. Exas. tentou destruir. Eu acredito que seja porque estão em baixa ou porque perderam muita credibilidade, mas não conseguiram fazer com que a Governadora Yeda perdesse condições de concorrer no ano que vem! É visto que o Sindicato que pertence ao PT, o CPERS, foi fazer uma reunião no Gigantinho e só levou cinco mil pessoas, antigamente lotava o Gigantinho, ficava gente para fora! Foi fazer uma greve, e ninguém aderiu à greve! Isso é descrédito! Descrédito do Sindicato ligado ao Partido de Vossa Excelência!

Então, exatamente, nós não podemos deixar que esse discurso rancoroso e eleitoreiro - porque já visa às eleições do ano que vem - possa prosperar. Ora, mas por que nós vamos trancar, Ver. Toni, um Projeto que vai tratar 80% do esgoto aqui em nossa Cidade? Por que vamos paralisar a nossa Cidade e não permitir que ela realmente seja, hoje, equiparada às melhores cidades que nós temos em nosso País? Porque o PT quer ganhar as eleições no ano que vem? Ah, não, vá fazer outro esforço! Mas parar as obras aqui em Porto Alegre e prejudicar, mais uma vez, a nossa população eu acho que não é honesto, acho que esta Câmara não pode, de forma nenhuma, permitir que isso aconteça! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Apregoo a Subemenda 01 à Emenda nº 20, de autoria do Ver. Toni Proença, ao PLE nº 018/08.

Apregoo Emenda nº 05, de autoria do Ver. Toni Proença, ao PLE nº 047/09.

Em votação o Requerimento que solicita dispensa do envio da Emenda nº 05 ao PLE nº 047/09 à apreciação das Comissões da Casa. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Apregoo destaque de autoria do Ver. Aldacir Oliboni às Emendas nºs 01 e 02 ao Substitutivo nº 01 do PLE nº 018/08 e destaque às Emendas nºs 01, 02, 03, 04, 05, 08, 09, 10, 11, 12, 13 e 18 ao PLE n° 018/08.

Em votação o Requerimento que solicita votação em destaque da Emenda nº 20 ao PLE nº 018/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Estão suspensos os trabalhos da presente Sessão para uma Reunião Conjunta das Comissões.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 10h41min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell – às 11h04min): Estão reabertos os trabalhos. Peço auxílio da Diretoria Legislativa para que possamos continuar a discussão dos Projetos. Estão suspensos os trabalhos.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 11h05min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo – às 11h06min): Estão reabertos os trabalhos.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 2049/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 088/09, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que cria, no Município de Porto Alegre, o Cadastro Único Municipal de Habitação Social – Cadumhs.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Luiz Braz: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

-  incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): Em discussão o PLL n° 088/09. (Pausa.) O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para discutir o PLL n° 088/09.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, público que nos assiste, eu tomei a iniciativa de propor este Projeto de Lei quando li sobre as 45 mil inscrições para o Programa Minha Casa, Minha Vida em Porto Alegre. Estive no Fórum Nacional de Habitação em São Paulo, no mês de maio, e lá o Ministério das Cidades ainda não sabia como poderia proceder para beneficiar as famílias que preencheriam as vagas para ocupação desses apartamentos. Fiquei preocupado quando lá foi dito que isso poderia ser por sorteio. Se acontecesse por sorteio, Ver. Bernardino, nós estaríamos, talvez, criando um caos na cidade de Porto Alegre, colocando pessoas do bairro Sarandi na Restinga, da Restinga no Sarandi, no Humaitá, o que faria com que elas tivessem que pegar duas ou três conduções para chegar até o seu local de trabalho. Também se prejudicariam as crianças que estão matriculadas em colégios, porque eles não ficariam próximos de suas residências, prejudicando, igualmente, o convívio familiar e as amizades. Essa foi a grande preocupação, por isso propomos que o cadastro de habitação em Porto Alegre fosse por Região do Orçamento Participativo. Aquela Região se cadastra, faz-se o levantamento de quantas famílias ali têm necessidade de imóveis, e ali se constroem os imóveis para aquelas famílias, beneficiando as pessoas que residem naquelas comunidades, para evitarmos distorções.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero o cumprimentar pelo Projeto e faço uma pergunta, uma provocação: este Projeto vai nos ajudar a fiscalizar no sentido de aqueles que estão há mais tempo inscritos tenham essa condição respeitada? Sim ou não? E como?

O SR. NELCIR TESSARO: Com toda a certeza, porque, se fizermos o cadastro por Região do OP, os próprios conselheiros daquela Região poderão definir quem são os prioritários, e nós fiscalizaremos os que estão em situação de risco, para que sejam beneficiados. Podemos fiscalizar se haverá venda ou transferência daqueles imóveis para outras regiões, porque, sendo por Região, todos se conhecem, e ficará bem mais fácil saber se não há migrantes de uma Região para outra; assim conheceremos, realmente, a necessidade da Cidade em habitação social. Não adianta dizermos: “Hoje temos 45 mil famílias, com renda de zero a três salários mínimos, buscando imóveis” - mas quantas delas buscaram o endereço de outros familiares em Porto Alegre e hoje residem em Viamão, Canoas, Guaíba, Cachoeirinha e Alvorada? Será que essas habitações são para beneficiar os moradores de Porto Alegre? Não sabemos. Se fizermos por Região do OP, saberemos, realmente, quem são as famílias, principalmente as que estão nas ilhas, onde não há projeto para habitação há tantos anos. Nós saberemos, sim, e definiremos quantas habitações serão para as ilhas, para o Humaitá, para a Lomba do Pinheiro. Não podemos pensar assim: “A Zona Sul é a solução de Porto Alegre”, mas o emprego da Zona Sul onde está? A escola da Zona Sul onde está? Será que teremos infraestrutura? Teremos condições de atender a todas aquelas comunidades com emprego e transporte? Não temos, não.

Sabemos que, ao longo da Av. Edgar Pires de Castro, hoje, com os novos loteamentos que surgiram, já há problemas de transporte para aquelas famílias que ali residem e querem chegar ao Centro com dignidade, porque a Zona Sul cresceu! Temos que colocar mais transporte, isso é necessário. Então, não adianta colocarmos mais vinte famílias só na Zona Sul, porque temos que pensar em emprego também para essas famílias. Vamos descentralizar, construir em todas as Regiões da Cidade e facilitar para que o Departamento Municipal de Habitação possa, sim, fazer um projeto habitacional para a cidade de Porto Alegre com condições de sustentabilidade, com geração de emprego, facilitando para o trabalhador que necessita de duas ou três passagens para chegar ao seu emprego - passagens que as empresas não gostam de pagar. Essa é a proposta do Projeto. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Sebastião Melo): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir o PLL nº 088/09.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, o Projeto apresentado pelo colega Nelcir Tessaro é interessante na sua essência, mas não podemos deixar de registrar que V. Exª, Ver. Nelcir Tessaro, foi Secretário do DEMHAB por quatro anos e, como esta ação depende do Executivo, perdeu uma bela oportunidade, como Secretário, de fazer com que o Governo Fogaça implementasse este programa.

Hoje a legislação federal exige que os Municípios tenham esse cadastro único, para que não ocorra o que nós chamamos de política dos “laranjas comunitários”, que recebem casas, vendem e revendem, entram em outra fila e fazem as ditas “mutretas” - Ver. Pujol, o senhor que já foi do setor habitacional -, prejudicando as pessoas que necessitam da habitação. Quando veio, há quinze dias, o Projeto de Lei do Executivo Municipal para regulamentar o Projeto Minha Casa Minha Vida, do Governo Federal, nós apresentamos uma Emenda, que foi aprovada, que exigia que o cadastramento das famílias obedecesse à necessidade regional, pelos Fóruns de Planejamento das Regiões. Num Programa tão grande como esse, não dá para se abrir inscrições, como foi feito em Porto Alegre, e ter, Ver. Nelcir Tessaro, não 45 mil, mas 54 mil inscritos, e ninguém saber onde serão as unidades habitacionais; foram 54 mil inscritos com renda de zero a três salários mínimos para as unidades habitacionais.

Nós precisaríamos ter uma resposta sobre quantos desses 54 mil já receberam unidades habitacionais. Quantos desses 54 mil estão situados no bairro, por exemplo, Ruben Berta? Quantos estão no bairro Sarandi? Quantos estão no bairro Restinga? E, a partir daí, o Executivo Municipal deve cumprir a outra tarefa que a política nacional exige e que ainda não foi feita: o Plano Municipal da Habitação de Interesse Social. Deve aplicar os instrumentos do Estatuto da Cidade que, infelizmente, no Plano Diretor foram reprovados, como o IPTU progressivo no tempo, a ocupação urbana compulsória, o direito de perempção. São ferramentas que estão no Estatuto da Cidade, mas que, na discussão do Plano Diretor, Ver. Nelcir Tessaro, infelizmente, o Executivo deu a orientação para não aprovar - um retrocesso da cidade de Porto Alegre! Registro aqui que, ontem à noite, nesta Casa, a Frente Parlamentar pela Reforma Urbana recebeu, nada mais, nada menos, do que 55 entidades comunitárias; o Diretor Nacional do Patrimônio da União; o Secretário Substituto do Estado do Rio Grande do Sul, Giacomini; o Celso, do Ministério das Cidades, e a Dra. Simone, do Município. E todos trouxeram que nós já temos as ferramentas instituídas para aplicar esse instrumento em Porto Alegre.

Agora, há uma carência no seu Projeto, Ver. Nelcir Tessaro, e estamos construindo uma Emenda que determina que o cadastro deve passar por um crivo da sociedade civil, uma análise. Portanto, tem que ser apresentado, no mínimo, nos Fóruns Regionais de Planejamento e no Conselho Municipal de Desenvolvimento Urbano Ambiental, para que haja uma análise da sociedade sobre a dinâmica e a forma de elaborar esse cadastro. Estamos, então, com a sua anuência, dialogando, porque identificamos agora que, se é para ser regionalmente, nada melhor do que os Fóruns Regionais de Planejamento se envolverem, inclusive, na aprovação desses cadastros. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Adeli Sell reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos a Emenda nº 04 ao PLL nº 252/08 que disciplina o mobiliário urbano. Esta Emenda é assinada pelo Ver. Valter Nagelstein. (Lê.) “Art. 1º Altera a redação do art. 3º do PLL nº 252/08, que dá nova redação ao inciso II, do art. 25 da Lei nº 8.279/99, nos seguintes termos: ‘Art. 3º Fica alterado o inciso II do art. 25 da Lei nº 8.279, de 1999, e alterações posteriores, conforme segue: Art. 25 [...] II - prova de direito de uso do local, mediante a apresentação de contrato entre as partes e comprovação da posse do imóvel por uma das partes signatárias do contrato, ressalvando-se os casos de colocação de faixas com anúncios orientadores ou institucionais’.” Está assinado, como já disse, pelo Líder do Governo, Valter Nagelstein.

Apregoamos a Emenda nº 05 ao PLL nº 252/08 que diz no seu art. 3º (Lê.): “§ 1º O Executivo deve apresentar a relação dos locais e mobiliários urbanos disponíveis para fins de licitação e indicar as contrapartidas privadas mínimas devidas ao Ente Público durante o período de concessão; § 2º As contrapartidas privadas mínimas definidas pelo Poder Público são referenciais para a realização dos certames e devem atender satisfatoriamente à utilidade do mobiliário urbano e à comodidade da coletividade em geral; § 3º A normatização pertinente aos objetos licitados do mobiliário urbano é segundo a melhor técnica e preço, em conformidade com o disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, dispondo o edital, ainda, acerca de cláusulas de desempenho operacional da concessionária prestadora dos serviços públicos e da fiscalização do Poder Executivo na prestação dos serviços; § 4º O prazo de duração para concessão dos serviços públicos, relativos ao mobiliário urbano da cidade, será de até 20 (vinte) anos, podendo ser iniciado pelo período de 10 (dez) anos, com igual período de prorrogação, conforme especificação do respectivo edital de licitação.”

A Emenda nº 06 altera as redações e acrescenta no art. 51 (Lê.) “§ 5º Caberá ao Comitê Gestor Específico para análise das Áreas de Interesse Cultural no Município de Porto Alegre a decisão acerca da colocação de veículos de divulgação em Áreas de Interesse Cultural”. Emenda assinada pelo Ver. Haroldo de Souza, da Bancada do PMDB.

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir o PLL nº 088/09.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente dos trabalhos, Ver. Adeli Sell; desde já quero colocar o microfone de apartes à disposição do Ver. Engenheiro Comassetto para que nós possamos... E não entendi se o Vereador vai votar contra o Projeto do colega Nelcir Tessaro ou a favor, porque, na verdade, iniciou fazendo uma crítica: queria saber por que o Ver. Tessaro não propôs isso quando estava lá no Executivo.

 

O Sr. Engenheiro Comassetto: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Bernardino, ficou claro que votaremos favoravelmente ao Projeto, inclusive anunciamos da tribuna que estamos produzindo uma Emenda envolvendo os Fóruns Regionais de Planejamento, na lógica já proposta pelo Ver. Tessaro. A crítica é uma crítica de gestão, porque quem esteve no Executivo por quatro anos poderia ter produzido já esse cadastro. Muito obrigado.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: E o seu Governo esteve lá por 16 anos! Então, o Ver. Nelcir Tessaro ainda leva vantagem, porque ficou só por quatro anos, e o senhor ficou por 16 anos.

Eu quero, Ver. Nelcir Tessaro, fazer uma provocação novamente: o que nós recebemos, constantemente, nos nossos gabinetes? Pessoas reclamando, e a gente não sabe se há procedência ou não, vamos deixar bem claro isso. Eles dizem: “Ah, eu estou inscrito para receber uma casa, mas não recebo...!” E nós não temos - nós, Vereadores, que temos como uma das principais funções a fiscalização do Executivo - como fiscalizar. Então, eu lhe pergunto: este seu Projeto vai nos proporcionar essa condição de fiscalizar? Até por que, hoje, com a Internet, temos facilidade, é só nos darem os instrumentos que temos condições de fiscalizar com transparência, com objetividade e rapidez.

 

O Sr. Nelcir Tessaro: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu lhe dou o aparte; por favor, o senhor seja objetivo nessas questões. E vou dizer desde já: parabéns por ter proposto este Projeto, ainda que tenha vindo tarde, segundo o Ver. Comassetto.

 

O Sr. Nelcir Tessaro: Ver. Bernardino, eu quero apenas esclarecer por que não veio este Projeto quando eu estava à testa do DEMHAB: é porque não existia o Programa Minha Casa, Minha Vida. Eu não podia fazer um projeto se não havia um financiamento, se não existia a proposta de zero a três salários, como coloca o Governo Federal. Lá nas conferências, a briga para que as habitações fossem possibilitadas sem a consulta ao SPC e Serasa era minha, eu dizia que tinha que haver isso. Então, eu não podia fazer um projeto se não existia o produto para fornecer. Sendo aprovado este Projeto e regionalizadas as inscrições, os Vereadores terão de ter aqui, sim, a lista dos cadastrados de cada região, para fazer o acompanhamento da inscrição, para ver se houve beneficiamento ou não. Era isso, Vereador.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Muito obrigado. Eu nem pensava em ser Vereador e já ouvia as reclamações a respeito das inscrições, a começar lá pela Restinga. As pessoas reclamavam que estavam inscritas e aguardavam, enquanto outros passavam à frente e recebiam a casa própria. Para os Vereadores que não sabem, eu fui presidente de cooperativa habitacional. Na nossa cooperativa, tínhamos inscrições, e lá nas cooperativas - eu falo de 25, 30 anos atrás - nós já ouvíamos as reclamações, porque a inscrição era feita num caderno. Por isso quero saudar o seu Projeto e dizer que lista de espera para a casa própria já vai de muito tempo, surgiu muito antes deste Projeto do Governo Federal. Então, se vamos ter um cadastro que vai nos permitir essa fiscalização, Ver. DJ Cassiá, com certeza ele é altamente positivo e vai nos dar mais ferramentas para que possamos fazer o nosso trabalho também de fiscalizadores. Muito obrigado. Parabéns pelo seu Projeto!

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Toni Proença está com a palavra para discutir o PLL nº 088/09.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. Adeli Sell; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores, eu quero saudar a iniciativa do Ver. Tessaro de propor a criação de um cadastro único para inscrição no DEMHAB relativamente às habitações de interesse social, principalmente de famílias que recebem de zero a três salários. O Programa Minha Casa, Minha Vida, que propõe resgatar rapidamente o déficit habitacional para habitações de interesse social no País todo, mas principalmente em Porto Alegre, dá-nos esta oportunidade, de gerarmos na população uma expectativa de ter contemplado o sonho da casa própria. Isso gerou uma inquietação, dúvidas e muita confusão sobre qual é o cadastro, sobre quais são os critérios que valem para eles serem contemplados com a casa própria. Famílias que estão há muito tempo inscritas viram outras famílias passarem à frente por conta de existirem múltiplos cadastros e múltiplos critérios na contemplação da casa própria.

Portanto, o Projeto do Ver. Tessaro é oportuno, uma vez que agora temos o Programa Minha Casa, Minha Vida; o Projeto cria um cadastro único para as pessoas, para que elas saibam dos critérios e do número da sua inscrição, acessando o DEMHAB. Eu acredito que, se a lei for aprovada, rapidamente o DEMHAB poderá promover uma página, dando transparência ao processo; as pessoas poderão acessar de qualquer lugar a página na Internet para saber qual é o número da inscrição, saber como a fila está andando. Propõe o Ver. Engenheiro Comassetto uma Emenda no sentido de exista uma lógica territorial e uma lógica de controle social nessas inscrições, priorizando as demandas e ouvindo os Fóruns Regionais do Orçamento Participativo, que há mais de vinte anos lutam pela habitação de interesse social, junto com vários outros agentes políticos e ativistas sociais de nossa Cidade. Se existe uma lógica onde se debate, nos Fóruns Regionais do Orçamento Participativo, a construção de habitações de interesse social, é lógico também que esse cadastro único priorize as demandas, e o controle social seja efetivado por intermédio dos Fóruns Regionais do Orçamento Participativo.

E mais do que isso: estamos dando uma lógica territorial à contemplação e à redução desse déficit habitacional, assim enfrentaremos o problema onde realmente ele existe; enfrentaremos o problema tentando reassentar, realocar pessoas na região onde já elas têm a sua vida resolvida, com a escola dos filhos, o atendimento no posto de saúde, o emprego da família, a convivência com os vizinhos, evitando fazer transferência de pessoas de região para região, pois essas transferências sempre causam muitos traumas.

Portanto, quero saudar o Projeto do Ver. Nelcir Tessaro e saudar a Emenda, pois acho que assim avançamos na construção de critérios transparentes e de possibilidade a fim de que as pessoas saibam que existe um cadastro único para que as suas demandas sejam atendidas. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL nº 088/09.

Há uma Emenda ao Projeto. Necessito de urgência em relação à Emenda, para que a possamos votar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu até me sinto gratificado pelo fato de saber que vou contribuir para que não se encerre a discussão e se possa trazer essa Emenda, que, ao que me consta, chega às suas mãos neste momento, Sr. Presidente. Uma vez apregoada, ela está assegurada.

Quando eu me inscrevi para falar logo após o autor ter se manifestado, foi porque eu havia entendido - para mim ficou este entendimento - que a importância da matéria, a relevância do tema enfocado tinha gerado uma discussão ampla que ia sobre prioridades, estratégias da política habitacional. E elas irão se realizar com maior ou menor intensidade conforme o ponto de vista do governante, conforme o executor das tarefas, para o qual esse cadastro único do Município, na área da habitação social, vai contribuir como um elemento não diria balisador, mas como um elemento a mais para assegurar uma boa seleção, buscando evitar algumas distorções acentuadas na tribuna por alguns oradores. E são situações que acabam ocorrendo nesses Projetos, quando se tenta estabelecer uma forma de justiça na priorização daqueles que irão ocupar as unidades habitacionais que são oferecidas e que, ultimamente, são muito aquém, lamentavelmente, da demanda. O Ver. Engenheiro Comassetto fala de 54 mil, o Ver. Nelcir Tessaro fala de 45 mil, mas todos chegam ao mesmo número, em torno de 50 mil. Não me consta que tenhamos possibilidades de, nos próximos dois, três ou quatro anos, construir 50 mil habitações em Porto Alegre; não habitação de interesse social. Queria Deus que, com muito esforço, com o trabalho que se desenvolve de tanto derrubar alguns entraves burocráticos, possamos chegar a um número bem menor, mas, pelo menos, mais alentador do que a realidade dos dias atuais.

Então, Sr. Presidente, é obvio que eu, da tribuna, dê a minha solidariedade e hipoteque o meu integral apoio à proposição. Acredito que a Emenda que está surgindo deve merecer uma atenção especial, sendo uma Emenda de Liderança, colocada durante o período da discussão geral da matéria - ou seja, dentro do prazo regimental -, e, como tal, deve se ter o cuidado de um bom exame, na medida em que ela não passará por nenhuma Comissão, porque, certamente, junto com a Emenda vem...

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Reginaldo Pujol, um Projeto de Lei deste quilate, apresentado por um ex-Diretor do DEMHAB, e sustentado por V. Exª, que foi duas vezes Diretor do DEMHAB, eu acho que não há muito que discutir, mas sim aprovar, porque a experiência dos dois é incontestável. Saúde e Paz!

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato a V. Exª, Ver. João Dib, até porque, numa das minhas passagens pelo DEMHAB, estava V. Exª no comando da Prefeitura. E justiça seja feita: Vossa Excelência nunca deixou de apoiar os programas do DEMHAB, dando-nos a mais ampla liberdade de conduzir o que procuramos conduzir com a maior lisura possível, até para honrar a confiança de Vossa Excelência.

Por isso, Sr. Presidente, eu concluo na linha do que falou o ex-Prefeito da Cidade: o que é bom a gente não pode demorar tanto para aprovar, deixemos para discutir aquilo que não é tão bom assim.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Apregoamos a Emenda nº 01, de autoria dos Vereadores Engenheiro Comassetto, Maria Celeste e Toni Proença, ao PLL nº 088/09 (Lê.): “O cadastro coordenado pelo DEMHAB deverá priorizar as demandas produzidas nos Fóruns Regionais do Planejamento e do Orçamento Participativo, estabelecendo assim uma lógica territorial de resgate do déficit da habitação de interesse social”.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 088/09. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLL nº 088/09. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade. Parabéns, Ver. Nelcir Tessaro!

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3774/09 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 028/09, que autoriza a desafetação do uso de  bem comum do povo próprios municipais localizados nas Avenidas Dr. Carlos Barbosa e Cel. Gastão Haslocher Mazeron, no Bairro Medianeira, com a finalidade de doação ao Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense.

 

Parecer:

- da CCJ. Relator Ver. Reginaldo Pujol: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto.

 

Observações:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art. 82,     § 1º, VIII, da LOM;

-  incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLE nº 028/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir. Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. Nº 3502/09 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 154/09, de autoria do Ver. Mauro Pinheiro, que determina, nas áreas de prática de esportes dos centros desportivos localizados no Município de Porto Alegre, a afixação de avisos que orientem atletas amadores a realizar alongamentos musculares de forma adequada à prática de seus esportes. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Nilo Santos: pela existência de óbice de natureza jurídica para a tramitação do Projeto (empatado), e pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a tramitação da Emenda nº 01;

- da CEFOR. Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observações:

-  incluído na Ordem do Dia por força do art. 81 da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): Em discussão o PLL nº 154/09. (Pausa.) Não há quem queira discutir.

Em votação a Emenda nº 01 ao PLL nº 154/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação o PLL nº 154/09. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA. Parabéns, Ver. Mauro Pinheiro!

Apregoo a Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 do PLE º 018/08, que dispõe sobre a criação e organização no âmbito do Município de Porto Alegre do Departamento do Programa de Saúde da Família. (Lê.) “Inclui no art. 16 e altera o parágrafo único para § 1º, incluindo demais parágrafos, com a seguinte redação: ‘§ 2º Os profissionais que, na data da promulgação da Emenda Constitucional nº 51, desempenhavam as atividades de agente comunitário de saúde ficam dispensados de se submeter ao processo seletivo público, desde que tenham sido contratados a partir de anterior processo de seleção pública efetuado por órgãos da Administração Direta ou Indireta do Município ou por outras instituições que tenham atuado com efetiva supervisão e autorização do Município; § 3º Os profissionais que desempenhavam as atividades de agentes comunitários de saúde, selecionados entre a data da promulgação da Emenda Constitucional nº 51 e a promulgação desta lei, terão seu vínculo mantido através de contrato com o Município por prazo vinculado à existência da Estratégia de Saúde da Família do Governo Federal; § 4º Os profissionais que desempenharem as atividades de técnico em enfermagem, enfermeiro, médico, cirurgião-dentista, técnico em saúde bucal ou técnico de higiene bucal e atendente de gabinete odontológico até a promulgação desta lei serão mantidos nos cargos através de convênio existente ou que vier a substituí-lo; § 5º Os cargos de agente comunitário de saúde, técnico em enfermagem, enfermeiro, médico, cirurgião-dentista, técnico em saúde bucal ou técnico de higiene dental e atendente de gabinete odontológico pré-existentes à promulgação desta lei serão extintos à medida de sua vacância, e o provimento para os cargos criados por esta lei e que vierem a ser criados serão supridos através de processo seletivo público de provas ou de provas e títulos’.”

Em votação o Requerimento que solicita destaque à Emenda nº 03 ao Substitutivo nº 01 ao PLE nº 018/08. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

Apregoo representação do Ver. Beto Moesch na inauguração do Laboratório de Classificação do Núcleo de Tecnologia Solar da Faculdade de Física e Apresentação dos Módulos Fotovoltaicos, projeto Planta Piloto de Produção de Módulos Fotovoltaicos com Tecnologia Nacional, a se realizar no dia 17 de dezembro de 2009, às 16h30min; convite em anexo.

Apregoo representação do Ver. Beto Moesch no Seminário “As diversas faces do PL 154 e a preservação da legislação ambiental gaúcha”, a se realizar no dia 18 de dezembro, das 9 horas às 16h30min; convite em anexo.

Apregoo representação do Ver. Aldacir José Oliboni no evento “100 Anos da Escola Técnica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul”, no dia 18 dezembro de 2009, às 19 horas, na Rua Ramiro Barcelos nº 2777.

Apregoo representação do Ver. Pedro Ruas na Sessão Solene de Posse, junto ao Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do Sul, dos Conselheiros João Osório Ferreira Martins, Cezar Miola e Algir Lorenzon, no dia 18 de dezembro de 2009.

Conforme combinamos, estamos encerrando a Sessão Extraordinária desta manhã e convocamos as Sras Vereadoras e os Srs. Vereadores para a Sessão hoje, dia 17, às 14 horas. Peço que todos estejam neste horário. Tenham todos um bom almoço. Bom-dia!

 

(Encerra-se a Sessão às 11h43min.)

 

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